25 de out. de 2015

EPIGENÉTICA COMPORTAMENTAL E A ÁRVORE GENEALÓGICA.


 

Durante muito tempo pensava-se que a herança estava determinada exclusivamente pelos nossos genes e que estes não poderiam mudar, mantendo-se inalteráveis. Chegou-se ao ponto de pensar que nossos genes determinavam nossa conduta, e que se nascêssemos com um gene de depressão, estaríamos condenados a sofrê-la.
A epigenética chega para demonstrar que acontecem sim modificações nos genes, e que uma das fontes dessas modificações provém do meio ambiente. É importante salientar que o ambiente não se refere simplesmente às condições físicas, como clima, alimentação ou contaminação, senão também ao estresse que acumulamos e os estados emocionais que estão por trás dos desafios do nosso dia a dia.
Aqui podemos incluir a maneira como percebemos a vida e tudo que é fruto das nossas crenças e educação. Cada dia fica mais evidente que as emoções produzem em nosso organismo certas reações fisiológicas que acabam tendo consequências patológicas.
De acordo com o novo entendimento da epigenética comportamental, as experiências traumáticas do nosso passado ou dos nossos antepassados deixam “cicatrizes” moleculares codificadas em nosso DNA. Tudo isso se converte em parte da gente, como se fosse um resíduo molecular agarrado ao nosso andaime genético. E apesar de que o DNA continua sendo o mesmo, as tendências psicológicas e comportamentais vão se transmitindo de geração pra geração.
Então percebemos que, quem sabe, não herdamos somente o quadril largo da nossa avó, mas também a sua predisposição à depressão por causa do abandono que sofreu quando nasceu. Por outro lado, se ela foi uma filha muito desejada e amada, você pode estar desfrutando desse recurso em sua vida, através de relações sadias. Pois os mecanismos da epigenética comportamental se aplicam tanto para os déficits e debilidades assim como os pontos fortes e recursadores.


E O QUE TUDO ISSO TEM A VER COM O ESTUDO DA ÁRVORE GENEALÓGICA?
Agora que sabemos como herdamos traumas e vivências dos nossos antepassados, o estudo do Transgeracional ou Árvore Genealógica passa a ser uma ferramenta valiosa para descobrir ou identificar programas tóxicos herdados e que se manifestam em nossa vida tanto como sintomas físicos ou disfunções comportamentais. Ao estudar a árvore genealógica descobrimos para que e por que herdamos determinados padrões, isso nos permite compreender o sentido do que nos acontece. Logo, essa compreensão e consciência nos conduzem a um estado mental onde conseguimos estabelecer novas conexões neuronais, dando novos significados às experiências, fazendo uma espécie de “reset”, e liberando-nos daquilo que parecia ser nosso único destino.

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